sábado, 28 de junho de 2014

Resenha do livro Dezesseis Luas, de Kami Garcia e Margaret Stohl


Sinopse: Ethan é um garoto normal de uma pequena cidade do sul dos Estados Unidos e totalmente atormentado por sonhos, ou melhor, pesadelos com uma garota que ele nunca conheceu. Até que ela aparece... Lena Duchannes é uma adolescente que luta para esconder seus poderes e uma maldição que assombra sua família há gerações. Mais que um romance entre eles, há um segredo decisivo que pode vir à tona. Eleito pelo Amazon um dos melhores livros de ficção de 2009. Direitos de tradução vendidos para 24 países. Um filme da série está sendo produzido. "Pacote completo: um cenário assustador, uma maldição fatal, reencarnação, feitiços, bruxaria, vudu e personagens que simplesmente prenderão o leitor até o fim..."
Após ter lido resenhas com críticas positivas e negativas sobre o livro na internet, eu me decidi: tinha que lê-lo. Tempo depois, uma amiga minha estava lendo-o e me recomendou. 485 páginas! Quase uma bíblia! Capa maneira, sinopse legal, escrito por duas escritoras e narrado em primeira pessoa por um garoto. Não perdi tempo e o devorei em menos de duas semanas.

Antes de começar a falar realmente sobre ele, eu devo antecipar que, meu deus, a narração... ela é maravilhosa! Agora, esquecendo essa parte, também devo dizer que as primeiras páginas são muito legais e só vão melhorando cada vez mais. Na página 9 eu estava já presa, na 10 apaixonada apesar de nada de Lena. Sério, é o tipo de livro que tu pega e pensa "deve ser um Crepúsculo da vida" mas tu toma um tapa bonito na cara. Valeu muito apena cada palavra e detalhe dele.


“Por um segundo, eu não soube o que dizer. Porque “eu te amo” não parecia o bastante. Não dizia tudo que eu queria dizer.”

Pontos positivos? São infinitos, mas a minha memória me permite citar alguns: a Amma é maravilhosa e um dos melhores personagens e foi muito engraçado a mandinga dela com os ossinhos de galinha; ah, o Macon Ravenwood... sério, eu leria uma biografia sobre esse cara. e de alguma forma, me lembrou O Poderoso Chefão, do Coppola; as Irmãs... eu gostaria de ter avós ou tias assim; Ridley é a melhor vagabunda e pra mim, é um dos melhores personagens. Ridley faz geral de tapetinho ( e eu não consigo imaginar alguém que não seja a Emma Roberts vivendo ela); o casarão Ravenwood foi algo que me deixou boquiaberta. as autoras são criativas ao extremo!; os sonhos (pode-se considerar pesadelos, porque né...), os mistérios com o medalhão e a relação do cabelo da Lena com o humor dela também foram pontos bem legais no livro.

“Frio na barriga. Essa era uma porcaria de metáfora. Era mais como um tiro.”

Os poucos e pequenos pontos negativos são algumas partes dos pesadelos do Ethan "Afogando. Nós estávamos nos afogando..." e não fui a única a reclamar disso em comparação a outras resenhas do livro. E também a enrolação desnecessária pra conhecer a Lena, sendo que ela é uma das principais... Mas são um tanto quanto relevantes e não me atrapalharam ou mudaram minha opinião de ser um livro de fantasia muito bom. E não necessariamente ele agrade você tanto quanto me agradou.

“O certo e o fácil nunca são a mesma coisa.”

E pra mim, o livro foi a reunião de coisas e características que caíram muito bem juntas: maldições, feitiços, vudu, rituais, destinos traçados, coisas misteriosas e envolvidas com a lua. E personagens que vão desde interessantes, misteriosos e engraçados;

É, sem dúvidas, um livro que eu gostei muito e recomendaria.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Resenha de Pulp, Charles Bukowski


Sinópse: Eis um Bukowski puro-sangue. Legítimo. Concluído alguns meses antes de sua morte, em março de 1994, aos 73 anos.

Não há como sair incólume desta história. A saga de Nick Belane poderia até ser igual a de tantos outros detetives de segunda categoria que perambulam pelas largas ruas de Los Angeles. Mas aqui, mulheres inacreditáveis cruzam pernas compridas e falam aos sussurros, principalmente uma que atende pelo nome de Dona Morte. Como nos velhos livros policiais de papel vagabundo, subliteratura pura, a quem Charles Bukowski dedica solenemente Pulp.

Ele desafia sua história com habilidade de mestre. Um Rabelais percorrendo o mundo noir? A divina sujeira? A maravilhosa sordidez? Um acerto de contas com a arte? Uma homenagem? Uma reflexão sobre o fim da vida? E tomara que a morte estivesse linda, gostosa e sexy – como está nesta história – quando encontrou o velho Buk poucos meses depois de ter posto o ponto final nesta pequena obra-prima.


O livro começa com Nick Belane em seu escritório recebendo a ligação da deliciosa Dona Morte que está desesperadamente atrás de Celine, o maior escritor da França que morreu em 1961, mas que ela ainda continua insistindo estar vivo. Nick tenta convencê-la que Celine está morto, mas de nada adianta.

“– Preciso de Celine – ela disse. – Tenho de conseguir.
Uma voz tão sexy que me excitava, de fato.
– Celine? – eu disse. – Me dê mais alguma informação. Converse comigo, dona. Continue falando...
– Feche o zíper – ela disse.
Baixei o olhar.
– Como sabia?
– Deixa pra lá. Quero Celine.”


Com o desenrolar da história, as coisas só vão ficando mais estranhas. E isso inclui uma alienígena gostosa que controla as pessoas, o Celine da livraria que parece realmente ser o verdadeiro Celine, policiais que praticam extorsão por fotos, sonhos bizarros, a busca pelo paradeiro do Pardal Vermelho e se Cindy Bass realmente trai o marido. E o pior de tudo é como ele próprio se enrola: parece que a cada dois passos que ele dá, os dois são pra trás. Ele vai regredindo cada vez mais que tenta solucionar um caso.

“– Por que não diz alguma coisa, Grovers?
– Ela se chama Jeannie Nitro...
– Fale mais, sr. Grovers.
– Não vai rir de mim como a polícia?
– Ninguém ri como a polícia, sr. Grovers.
– Bem, ela é uma coisona... do espaço sideral.
– Por que quer se livrar de uma coisona?
– Tenho medo dela, controla a minha mente.
– Como assim?
– Tudo que ela manda eu tenho de fazer.
– Vamos dizer que ela mande você comer o seu cocô, você comia?
– Acho que comia...
– Grovers, você apenas levou uma surra de boceta. Tem muito homem assim.”

Nas mulheres, nas brigas inúteis, nos bares estranhos, nas garçonetes e garçons irritantes, nas frases de efeito, nos diálogos pesados (ao mesmo tempo divertidos), nos palavrões, no sexo, nas alucinações, na subliteratura e nas missões inusitadas é possível ver um pouco do reflexo de como Bukowski encarava e levava a vida. O livro é cheio de humor ácido, perversão, porres clássicos, cenas cotidianas e coisas politicamente incorretas. São 175 páginas divididas em 51 capítulos de pura loucura mas que no final fazem um puta sentido.

“– Belane, você ficou maluco?
– Quem sabe? A insanidade é relativa. Quem estabelece a norma?”

Leia em pdf, clique aqui.